Auditoria de gestão do Conselho de Auditores da ONU identificou fragilidades significativas na administração e supervisão de parceiros da ONU Mulheres, responsáveis por executar programas em campo. O relatório aponta riscos para a eficácia dos projetos e para a prestação de contas da entidade.
Durante a análise, foram apontadas deficiências nos processos de avaliação da capacidade dos parceiros na fase de seleção, bem como inconsistências no monitoramento das atividades e dos resultados dos projetos. Verificou-se também que os atrasos no recebimento de relatórios financeiros por parte de alguns parceiros representam um desafio para a gestão e a prestação de contas da organização.
Essas falhas podem comprometer a eficácia dos programas, gerar riscos financeiros e operacionais e impactar a entrega de resultados para as populações beneficiadas. A gestão de parceiros é um componente vital para a ONU Mulheres, que depende dessas organizações locais para implementar uma parte substancial de suas atividades programáticas.
O Conselho de Auditores recomendou que a ONU Mulheres reforce os procedimentos de seleção e avaliação de parceiros, e aprimore os mecanismos de monitoramento, principalmente no que se refere ao acompanhamento realizado pela segunda linha, que se mostrou fragilizada.
A auditoria teve como escopo a atuação da UN-Women em dois continentes: África e Ásia. Na África, compreendeu o escritório local do Quênia bem como o regional (que atua na parte sul e leste da África). Já na Ásia, o trabalho teve como escopo todos os escritórios locais englobados pelo escritório regional da Ásia e do Pacífico, localizado na Tailândia.
Por que isso é importante?
A parceria com organizações da sociedade civil, governos e outras entidades locais é um pilar central da estratégia de atuação da ONU Mulheres. São esses parceiros que, na maioria das vezes, executam os projetos e alcançam diretamente as comunidades, adaptando as ações às realidades locais.
Em 2024, a ONU Mulheres apoiou programas que alcançaram milhões de mulheres e meninas em mais de 90 países, com empoderamento econômico, fim da violência baseada em gênero e participação política.
Com orçamento anual superior a US$ 500 milhões, sustentado por contribuições voluntárias, a Organização precisa demonstrar rigor na gestão para assegurar credibilidade junto a doadores e impacto real para as populações atendidas.